The War Poems of Siegfried Sassoon

Em “The War Poems of Siegfried Sassoon”, o escritor britânico conseguiu captar os sentimentos dos soldados nas trincheiras da Frente Ocidental, na I Guerra Mundial. De forma realista, traduziu-os em versos e expôs a face brutal e o horror daquela guerra. Sassoon expressou o cansaço e a falta de esperança dos soldados, por uma guerra que parecia não ter fim.

Vida e participação na I Guerra Mundial

Siegfried Loraine Sassoon nasceu em 8 e setembro de 1886, em Matfield, no Condado de Kent, no sudeste da Inglaterra.

Apesar de nascer em uma família abastada, que fizera fortuna na Índia, Sassoon não desfrutava de tal riqueza. Seu pai, de origem judaica, havia perdido os direitos à herança, ao se casar com uma moça do credo anglicano.

Apesar de ter cursado Direito e História, não obteve graduação alguma e passou a viver livremente, dedicando-se à caça à raposa, ao críquete e a escrever poesias.

A despeito de seu pai ter sido deserdado por sua família, Sassoon levava uma vida confortável, beneficiado por uma renda que a família do pai lhe deixara.

Movido por puro patriotismo, Siegfried Sassoon alistou-se no Exército Britânico, às vésperas da eclosão da Grande Guerra.

No entanto, não pôde embarcar para a França, devido a um braço fraturado, em consequência de uma queda, ao montar um cavalo.

Após recuperar-se, foi comissionado 2° Tenente no 3° Batalhão dos Royal Welch Fusiliers. Em novembro de 1915, foi enviado ao Fronte Ocidental, adido ao 1° Batalhão do Regimento.

Na França, destacou-se por sua bravura, sendo reconhecido por seus subordinados por sua coragem única, ganhando o apelido de “Mad Jack”.

Em 27 de julho de 1916, foi agraciado com a Military Cross, por excepcional valentia durante um ataque às trincheiras inimigas. Nessa oportunidade, mesmo sob intenso fogo inimigo, resgatou os feridos e os corpos dos mortos no ataque.

Entretanto, em agosto daquele ano, Sassoon foi evacuado para um hospital  em Oxford, para tratar uma gastroenterite viral.

Apesar de recuperado, Sassoon recusou-se a voltar ao fronte, posicionando-se contra a guerra. Ante a iminência de ser levado à corte marcial, amigos influentes do poeta conseguiram que fosse considerado incapaz para o serviço e mandado convalescer em um hospital próximo a Edimburgo, diagnosticado com Neurastenia (“Shell Shock”).

Após servir na Palestina, Sassoon voltou à França, onde foi ferido novamente, durante um ataque na região de Arras.

Foi, então, evacuado novamente para a  Inglaterra, onde assistiu ao fim da guerra.

Após a I Guerra Mundial

Após a guerra, atuou politicamente no Partido Trabalhista, proferiu palestras sobre o pacifismo e escreveu várias obras, em prosa e verso. Destaca-se uma trilogia autobiográfica, na qual, no segundo volume, intitulado “Memoirs of an Infantry Officer”, descreve suas experiências nos campos de batalha da I Guerra Mundial.

Casou-se em 1933 e separou-se em 1945. Dessa união, nasceria o seu único filho, George Sassoon, em 1936.

Em 1951, foi agraciado Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE).

Foi, também, premiado com a “Queen’s Medal for Poetry”.

Em 1957, converteu-se ao catolicismo.

Em 1° de setembro de 1967, faleceu em consequência de um câncer no estômago.

Seus manuscritos são mantidos na Universidade de Cambridge.

Siegfried Sassoon na I Guerra Mundial

Estilo contundente

Seus poemas de guerra, de início, provocaram queixas contra o seu “pouco patriotismo”, por seus leitores.

Até mesmo pacifistas reclamaram da crueza e violência detalhada em sua obra.

Por fim, seus poemas alcançaram o sucesso justamente por denunciarem o prolongamento interminável da guerra e a exasperação dos combatentes.

Ao par da descrição da inaudita violência dos combates nas trincheiras, Sassoon satirizava generais, políticos e clérigos, denunciando sua incompetência e apoio cego à guerra.

The War Poems of Siegfried Sassoon

A coletânea que ora apresentamos reúne 88 poemas de Siegfried Sassoon, publicados em quatro obras, de 1917 a 1920.

Um de seus poemas mais conhecidos é “Dreamers” (Sonhadores), publicado originalmente em “Counter-attack and Other Poems”, em 1918, apresentado abaixo, no idioma original:

Dreamers

Soldiers are citizens of death’s grey land,

Drawing no dividend from time’s to-morrows.   

In the great hour of destiny they stand,

Each with his feuds, and jealousies, and sorrows.   

Soldiers are sworn to action; they must win   

Some flaming, fatal climax with their lives.

Soldiers are dreamers; when the guns begin

They think of firelit homes, clean beds and wives.

I see them in foul dug-outs, gnawed by rats,

And in the ruined trenches, lashed with rain,   

Dreaming of things they did with balls and bats,

And mocked by hopeless longing to regain   

Bank-holidays, and picture shows, and spats,

And going to the office in the train.

Outra peça, publicada na mesma coletânea de 1918, é a que segue abaixo, que exemplifica a acidez de suas críticas aos comandos superiores:

The General

Good-morning, good-morning!” the General said

When we met him last week on our way to the line.

Now the soldiers he smiled at are most of ‘em dead,

And we’re cursing his staff for incompetent swine.

“He’s a cheery old card,” grunted Harry to Jack

As they slogged up to Arras with rifle and pack.

But he did for them both by his plan of attack.

Confira este e outros poemas de guerra de Siegfried Sassoon em:

THE WAR POEMS OF SIEGFRIED SASSOON

Dover Publications Inc

New York – 2018

Disponível na Amazon (Link no nome do livro)

The War Poems of Siegfried Sassoon

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