Corsários de Boina Verde

Corsários de Boina Verde” é uma obra sobre os Fuzileiros Navais Comandos, das Forças Francesas Livres, unidade nascida da vontade obstinada dos franceses refugiados na Inglaterra, após a queda da França para os nazistas, na Segunda Guerra Mundial.

O autor, René Bail, inicia com o relato da formação da unidade, em 1941, quando  um punhado de bravos voluntários iniciou o treinamento de Comandos, inspirados pelas incursões de seus congêneres britânicos à costa da Noruega.

A  seguir, após realizarem estágio junto aos Royal Marines, em setembro daquele ano a tropa recebe a designação de 1ª Companhia de Fuzileiros Navais/Comandos.

Participação na Segunda Guerra Mundial

Na sequência, o autor descreve as primeiras ações da unidade naquele conflito mundial. Seu batismo de fogo aconteceria no ataque aliado ao porto de Dieppe, em 19 de agosto de 1942, na costa da Normandia. Nesse ataque, 15 de seus integrantes participaram do malogrado reide, conhecido como Operação Jubileu.

Após a participação nessa incursão, a unidade de comandos francesa passou a adotar a Boina Verde e o distintivo das Operações Combinadas.

Ainda na primeira parte do livro, são relatadas as participações dos Comandos em incursões a ilhas do Canal e os preparativos para a Operação Overlord.

A seguir, descreve as ações da unidade no desembarque anfíbio no famoso Dia D e nas batalhas subsequentes pela Normandia; a marcha sobre o Sena e o apoteótico desfile da vitória, em Paris.

Indochina

A segunda – e maior – parte do livro é dedicada às ações dos Comandos da Marinha Francesa no Vietnã.

São descritos vários episódios e combates em que essa tropa tomou parte, a partir da retomada da colônia em 1946, a seguir à rendição dos japoneses, que a ocuparam durante a Segunda Guerra Mundial.

Em seguida, o autor apresenta, com riqueza de detalhes, a luta de uma fração dos Comandos-Marinha na Batalha de Ninh Binh, no delta do Rio Vermelho, na região de Anam, no norte do país, em maio de 1951. Narra sua resistência heroica ante o Vietminh, sua rendição, seu aprisionamento e o terríveis sofrimentos nas mãos de seus captores. Nesse episódio, são descritas a marcha da morte, o massacre de parte do grupo, o martírio dos raros sobreviventes e sua devolução aos franceses.

Comandos-Marinha em ação na Indochina, circa 1951

A Guerra da Argélia

Na última parte da obra, o autor relata a participação dos Comandos na Argélia, então colônia francesa, que lutava contra a metrópole por sua emancipação.

De 1955 a 1962, essa tropa atuou naquele conflito, realizando operações contra os rebeldes da FLN (Frente de Libertação Nacional).

O livro descreve a caça aos fellaghas (insurgentes), por regiões inóspitas e agrestes, pelos leitos secos e pedregosos de rios temporários, por djebels (encostas) das montanhas do Atlas e nas fraldas do deserto do Saara.

As unidades dos Comandos-Marinha realizavam longas patrulhas para a localização dos grupos rebeldes e, também, empreendiam operações de busca e destruição, nas quais aproximavam-se a pé, de caminhão ou com o apoio de helicópteros, para, então, cercar e destruir as células de guerrilheiros.

Neste livro, o autor narra a dura e ingrata tarefa de localizar os fellaghas por essas regiões de terreno acidentado e de difícil progressão. Descreve as emboscadas e os combates travados até o fim da luta e o abandono da colônia, resultado de injunções dos políticos de Paris.

Corsários de Boina Verde

Este excelente livro propicia ao leitor, que aprecia a história das unidades especiais de combate, a oportunidade de travar contato com essa singular força militar da França. Também oferece uma visão de suas atuações em diferentes conflitos e ambientes operacionais, em eventos marcantes da História Militar.

Lançado pela Editora Ulisseia, de Portugal, esse volume de 285 páginas faz parte da “Colecção tropas de choque”, e pode ser encontrado somente em sebos.

Confira este interessante livro:

CORSÁRIOS DE BOINA VERDE

Editora Ulisseia

Lisboa – 1976

Disponível na Estante Virtual (Link no nome do livro)

Corsários de Boina Verde

Deixe um comentário

5 × três =