Meu filho Jack, por Kipling

My boy Jack” é um poema de autoria do escritor britânico Joseph Rudyard Kipling.

Kipling foi um dos mais renomados escritores de todos os tempos, tendo sido o primeiro autor de língua inglesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1907.

Rudyard Kipling

Obra e carreira de Rudyard Kipling

Sua obra é extensa, com inúmeros romances, contos, poemas e peças publicadas. Dentre suas publicações, destacam-se os romances “O livro da selva”, de 1894, em que apresenta o personagem Mogli, que se tornaria conhecido mais tarde através dos desenhos animados de Walt Disney; “Kim”, de 1901; o conto “O homem que queria ser rei”, de 1888, também transformado em filme; e poemas como “Gunga Din”, de 1890 e o magnifico e inspirador “Se”, de 1910. Também foi um prolífico autor de livros infantis e, até, de um relato sobre sua viagem ao Brasil, em 1927, intitulado “Brazilian Sketches” (Crônicas do Brasil).

Muito da sua produção literária deveu-se aos anos que passou na Índia, então colônia britânica, onde nasceu em 1865, na cidade de Bombaim.

Atuação de R. Kipling na I Guerra Mundial

Ao eclodir a I Guerra Mundial, o já célebre Rudyard Kipling foi convidado a escrever peças de propaganda para o governo britânico, ao que se lançou com especial ardor, visto ser, ao lado de muitos escritores, como H. G. Wells e Conan Doyle, um ferrenho defensor da causa da restauração do reino da Bélgica, que fora ocupado pela Alemanha.

Kipling empregou seu talento para promover o esforço de guerra britânico e questões como a mobilização da população e o recrutamento para recompletar as exauridas forças armadas, que já sofriam com as pesadas baixas.

John Kipling

Seu entusiasmo pela guerra e a propaganda que produzia alcançaria o seu próprio filho, John Kipling, que se voluntariou para a Royal Navy.

Contudo, uma grave miopia causou sua não aceitação na Marinha, levando-o a tentar, sem sucesso, o ingresso como oficial do Exército. Graças às relações de seu pai, no entanto, John foi aceito no Regimento de Guardas Irlandeses.

Comissionado segundo tenente de infantaria, John foi enviado à França, como recompletamento da unidade (1° Batalhão).

Pouco após completar dezoito anos de idade, John Kipling foi morto em combate, na Batalha de Loos, no norte da França, em setembro de 1915.

John Kipling

Entretanto, John fora dado, inicialmente, como desaparecido, levando sua família a buscar informações sobre seu paradeiro junto às Forças Armadas, pensando que fora aprisionado pelos alemães.

Após várias pesquisas e diligências com ex-integrantes da unidade e antigos comandados do pelotão de John, obtiveram a confirmação de que ele havia sido mortalmente ferido durante um ataque à posição inimiga.

My boy Jack

Em 1916, Rudyard Kipling publicaria o poema “My boy Jack”.

Apesar de o poema ter sido publicado como parte de uma história sobre a Batalha da Jutlândia (31 de maio a 1 de junho de 1916) e, possivelmente, em homenagem a Jack Cornwell, de apenas 16 anos de idade, tripulante do cruzador ligeiro HMS Chester, que pereceu naquele confronto naval, no Mar do Norte, tendo sido condecorado com a Victoria Cross, o poema foi ligado à profunda dor e sentimento de culpa que sentia pela morte do filho John.

Jack Cornwell

É fato que o belo poema exprime de forma pungente e brilhante a dor da perda, como se pode deduzir das duas primeiras estrofes, em que parece suplicar por notícias do filho, como a reproduzir a dramática busca que fizera por informações sobre o que acontecera com John Kipling.

Por fim, também é possível inferir, a partir da leitura do penúltimo verso da quarta estrofe, que o sentimento de culpa tomava a alma do autor, ao referir-se ao filho que tanto aborrecera, ao estimular-lhe, insistentemente, a participar da guerra.

Rudyard Kipling morreu em Londres, em 18 de janeiro de 1936.

My boy Jack

“Have you News of my boy Jack?”

Not this tide.

“When d’you think that he’ll came back?”

Not with this wind blowing, and this tide.

“Has any one else heard word of him?”

Not this tide.

For what is sunk will hardly swim,

Not with this wind blowing, and this tide.

“Oh, dear, what confort can I find?”

None this tide,

Nor any tide,

Except he did not shame his kind –

Not even with that wind blowing, and that tide.

Then hold your head up all the more,

This tide,

And Every tide;

Because he was the son you bore,

And gave to that wind blowing and that tide!

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