“Killing Patton – The Strange Death of World War II’s Most Audacious General” é um livro que especula se a morte do General George S. Patton Jr, em decorrência de um acidente de carro, não teria sido um assassinato.
Essa instigante obra reconstitui os meses finais da Segunda Guerra Mundial na Europa, descrevendo os cenários a partir de outubro de 1944 e a evolução do cerco sobre a Alemanha de Hitler, a oeste e a leste.
A narrativa está centrada na inestimável contribuição do General Patton para a vitória dos Aliados, destacando a personalidade única do notável líder militar e as glórias e vicissitudes que seu elevado ego lhe proporcionou e causou.
Arremetida inexorável
O livro se inicia com as ações do III Exército de Patton para superar as defesas alemãs em torno do Forte Driant e alcançar a cidade de Metz, na Lorena. Relata o empenho pessoal do general para conseguir a prioridade logística e de fogos para prosseguir em sua corrida em direção ao coração da Alemanha.
Aborda a manobra do III Exército para salvar as tropas norte-americanas que se encontravam em situação dramática em Bastogne, na Bélgica, em dezembro de 1944, sitiadas por forças alemãs, que empreendiam sua última e desesperada ofensiva no oeste, para tentar alcançar o porto de Antuérpia, dividindo as forças britânicas e americanas.
A seguir, a obra relata a corrida dos Aliados para o Rio Reno, em março de 1945 e a temerária tentativa de resgate de prisioneiros de guerra americanos em Hammelburg, ordenada por Patton e cercada de controvérsias, devido ao possível interesse pessoal do general nessa empreitada.
Em seguida, são descritos o impulso final dos Aliados pelo interior da Alemanha e as ações de Patton até o Dia da Vitória na Europa, a 8 de maio. Descreve, ainda, os últimos dias de Hitler na Berlim sitiada e o assalto final dos soviéticos à cidade.
O pós-guerra
Após o término a guerra, a obra discorre sobre as consequentes ocupação militar e divisão do território alemão entre as potências vitoriosas. Também descreve o início das ações opostas da OSS e do NKVD, embriões dos serviços de Inteligência que iriam duelar na Guerra Fria que se aproximava.
Patton é, então, apresentado nas suas funções de govenador militar da Baviera. Acaba enredado na trama política, acusado de abrigar nazistas em posições-chave do governo, enquanto alegava que eram as únicas pessoas disponíveis e capazes para a tarefa, independentemente de atuação política anterior.
Por fim, a obra descreve o desgaste de Patton com Eisenhower, o que causa a exoneração do primeiro e a ordem de retornar aos Estados Unidos. Esse foi o ponto final de um relacionamento turbulento. Eisenhower, que esteve em posições hierarquicamente superiores à de Patton, durante toda a guerra, do norte da África à Alemanha, fora um subordinado deste último. Ambos eram graduados em West Point, porém, Patton pertencia à turma de 1909 e Eisenhower, à de 1915. Ike, como Comandante Supremo Aliado, já havia segurado algumas escorregadas verbais e não verbais do seu ex-superior, ao longo da guerra. Os casos mais famosos foram os dos soldados esbofeteados por Patton, por alegarem colapso nervoso, durante a Campanha da Sicília.
Morte de Patton
A obra alcança seu ápice com a descrição do acidente automobilístico que causou o ferimento fatal em George Patton, no dia 9 de dezembro de 1945, poucos dias antes de seu retorno aos EUA.
A seguir, são descritas sua evacuação ao Hospital Militar dos EUA, em Heildelberg, o cerco da imprensa por informações, a chegada de sua esposa e seus dramáticos últimos momentos, até sua morte, no dia 21 de dezembro de 1945.
A quem interessaria a morte de Patton?
Os autores apresentam, no decorrer do livro, algumas hipóteses sobre quem teria interesse na morte do general.
Os nazistas, por razões óbvias?
Os soviéticos, por enxergarem um potencial adversário e por conhecerem as posições anticomunistas de Patton? Stalin?
Os aliados britânicos, Churchill ou Montgomery?
Até mesmo, seus compatriotas Eisenhower e, até, Franklin Delano Roosevelt?
Killing Patton
Essa obra não é mais uma teoria da conspiração, dizem seus autores.
Tratam-se de suposições baseadas nas circunstâncias da morte do general e nos fatos perturbadores que a cercaram.
Ao final, os autores apresentam ocorrências suspeitas envolvendo os atores que cercaram o general e outros, que estavam ligados de alguma forma ao acidente que provocou a morte de Patton. Sugerem que alguns destinos e coincidências envolvendo tais pessoas podem ter sido causados pelos que desejavam ver o célebre general morto.
Os autores, também, apresentam indícios que levam suspeita ao caso e que só vieram à tona mais de 30 anos após a data fatídica.
Sugerem, por fim, que as autoridades revisem o caso, examinando as linhas de investigação que permanecem abertas e que podem esclarecer os fatos.
Os autores
Esse surpreendente livro, fruto de uma pesquisa histórica apurada, é recheado de fotografias, que ajudam a identificar personagens e fatos. Também contém mapas, que auxiliam a visualização das campanhas e batalhas em que o General Patton foi personagem decisivo.
Bill O’Reilly é um conhecido personagem da mídia norte-americana, apresentador do programa líder de audiência na TV a cabo, The O’Reilly Factor. Também é jornalista, comentarista político e autor de vários Best-Sellers.
Martin Dugard é um historiador e escritor, autor de vários livros, incluindo-se vários Best-Sellers.
A dupla O’Reilly-Dugard produziu alguns títulos dessa mesma abordagem, como Killing Lincoln, Killing Kennedy, Killing Jesus, Killing The Mob, Killing Reagan, Killing The Rising Sun, Killing England e Killing The SS.
Não deixe de ler:
KILLING PATTON
Henry Holt and Company
New York – 2014
Edição em língua inglesa, disponível na AMAZON (Link AQUI).