Três missões de resgate

Este livro trata de três missões de resgate, empreendidas por forças norte-americanas no espaço de uma década, entre 1970 e 1980.

É uma obra que se reveste de especial importância para mim, haja vista ser o primeiro livro que escrevi sobre História Militar.

Três missões de resgate

 As três missões abordadas são, respectivamente, a tentativa de resgate de prisioneiros de guerra no Vietnã do Norte, em 1970; a recuperação de um navio norte-americano e sua tripulação no Camboja, em 1975; e a operação para resgatar os reféns da embaixada dos EUA no Irã, em 1980.

Son Tay, a missão perfeita

A primeira delas foi uma obra-prima de planejamento, preparo e coordenação.

Pois trata-se da operação, levada a efeito pelas Forças Especiais dos EUA, combinadas com a Força Aérea daquele país, para resgatar os Prisoners of War (POW) do campo onde eram mantidos cativos, em Son Tay, distante cerca de 40 Km de Hanói, capital do Vietnã do Norte.

Homens das Forças Especiais prontos para agir em Son Tay

Para possibilitar sua realização, foi necessário estabelecer rigorosos processos de seleção dos comandantes e das equipes encarregadas da arriscada tarefa. Ademais, foi preciso, acima de tudo, o mais absoluto sigilo sobre a operação.

O campo de treinamento para a operação, montado em uma base no interior da Flórida, tinha de ser desmontado após cada sessão. Tudo para evitar a detecção da atividade por satélites espiões soviéticos, que passavam duas vezes ao dia sobre o lugar.

O grau de sigilo e importância da missão eram elevadíssimos, tanto que a autorização final para seu lançamento foi dada pelo próprio Presidente Richard Nixon.

Havia grande expectativa em libertar os prisioneiros de guerra, muitos há mais de seis anos nessa situação, sofrendo torturas e abusos de seus captores. As famílias dos prisioneiros, mobilizadas nacionalmente, pressionavam o meio político por uma solução para a questão. Em consequência, aumentava a responsabilidade dos guerreiros encarregados de executá-la, sabendo que deles dependeria a salvação de seus irmãos de armas.

O livro descreve o preparo minucioso, a escolha de cada equipamento, o rigor do treinamento e a  expectativa para o desencadear da operação.

Por fim, narra a execução perfeita, resultado de uma coordenação soberba entre as várias unidades envolvidas. Mostra o elevado grau de profissionalismo das equipes responsáveis pela ação terrestre e pelo vetor aéreo, que possibilitaram essa perfeição, a despeito do desfecho inesperado ocorrido.

A missão de resgate levada a efeito em Son Tay, no coração do Vietnã do norte, conquistou o direito de figurar entre as mais espetaculares da Guerra do Vietnã.

O resgate do Mayaguez

A segunda missão do livro trata do resgate do navio mercante SS Mayaguez e da sua tripulação.

O navio, de bandeira norte-americana, procedia de Hong Kong com destino a um porto da Tailândia, onde descarregaria a carga de contêineres que transportava.

No entanto, ao cruzar o Golfo da Tailândia, no dia 12 de maio de 1975, próximo à ilha de Poulo Wai, o navio foi abordado por dois barcos-patrulha tripulados por integrantes do Khmer Vermelho, que havia tomado o poder no Camboja, há pouco mais de um mês.

O navio fora, então, apresado e levado para as proximidades da ilha de Koh Tang, que distava 53 Km da costa do Camboja.

Antes, porém, da sua captura, o capitão conseguira enviar um pedido de socorro e a posição do navio.

A informação foi recebida em Jacarta, na Indonésia, e em Cingapura.

Consequentemente, a notícia foi retransmitida a Washington, que passou a monitorar a posição do navio e a preparar-se para a ação. O governo dos EUA, liderado por Gerald Ford, temia um novo revés no Sudeste Asiático, após as recentes perdas do Camboja e do Vietnã.

Assim, a determinação de Ford e de seu Secretário de Estado, Kissinger, fora no sentido de recuperar a embarcação e sua equipagem, empregando a força.

Após um precário levantamento das condições do terreno e das forças inimigas em presença, os Fuzileiros Navais foram empregados, com o apoio de helicópteros e aeronaves da US Air Force (USAF) e de uma Força-Tarefa da US Navy, capitaneada pelo porta-aviões USS Coral Sea.

Neste capítulo, é relatada a intrincada operação de assalto à ilha de Koh Tang, para onde teriam sido levados os tripulantes.

Também são apresentada as ações de aviadores, marinheiros e fuzileiros para a abordagem e recuperação do navio.

Fuzileiros retomam o navio

Ademais, são descritas as ações de bombardeio da aviação naval sobre portos na costa cambojana.

Por fim, são relatados os resultados da açodada operação, que culminaram com a recuperação do navio e o resgate dos tripulantes, porém a um custo elevado de baixas.

Ao concluir, são destacados os ganhos políticos para Washington e analisados os aspectos militares da operação, demonstrados os custos envolvidos e as perdas humanas e materiais.

Finalmente, é ressaltado o valor dos homens da Marinha, Força Aérea e Fuzileiros Navais dos EUA, que demonstraram alta capacidade de improvisação e  enorme dose de coragem.

Esse “incidente” passou à posteridade como “a última batalha da Guerra do Vietnã”.

Operação Eagle Claw

A última das três missões de resgate tratada no livro é a tentativa de resgatar os reféns norte-americanos, mantidos em cativeiro na embaixada dos EUA em Teerã por revolucionários iranianos.

No livro, é descrito o processo que levou à crise dos reféns do Irã, como passou a ser chamado o incidente.

Iniciando pela evolução dos acontecimentos que culminaram com a queda do regime então vigente, sob o Xá Reza Pahlavi, e sua substituição pelo governo revolucionário de orientação teocrática islâmica, do Aiatolá Khomeini, o autor narra  a tomada da embaixada por “estudantes’ islâmicos, em 4 de novembro de 1979 e o drama dos reféns no cativeiro.

A partir daí, mostra a escalada da crise e o amadurecimento da decisão do presidente dos EUA, Jimmy Carter, de enviar uma força militar para resgatar os reféns.

Em seguida, apresenta as opções militares escolhidas para a operação, os problemas iniciais encontrados e o intrincado e complexo plano de execução, recheado de condicionantes e pormenores.

Prosseguindo, descreve a escolha da tropa de elite Força Delta e os equipamentos selecionados, bem como os treinamentos dos diversos segmentos envolvidos.

O momento decisivo é narrado em detalhes, desde o lançamento da operação até seus percalços em pleno deserto do Irã, que determinaram o fim antecipado da missão de resgate.

Três RH-53 Sea Stallion em preparação para a missão no Irã.

Finalmente, são exploradas as consequências da operação, nos campos políticos e militar, e o fim do drama dos reféns, após um longo e sofrido cativeiro.

Semelhanças e diferenças entre as três missões de resgate

O livro aponta as similaridades entre as três missões de resgate, as peculiaridades de cada uma e as diferenças quanto aos cenários político e militar.

Concluindo, revela como cada uma delas contribuiu para o aperfeiçoamento da máquina de guerra dos Estados Unidos.

Saiba mais

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Será uma honra e um privilégio tê-lo(a) como leitor(a).

Três missões de resgate

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